
Suas construções datam dos séculos XVIII, época do Ciclo do Gado; século XIX ciclo comercial e do algodão, e século XX, ciclo industrial.
MONUMENTOS HISTÓRICOS:
1. Cruz das Almas (1748): Espaço urbano mais antigo da cidade. Diz a tradição popular que o mesmo está edificado no lugar onde foram enforcados os primeiros escravos condenados á morte. Em tempos mais recuados nas segundas-feiras, dia das almas, o povo costumava ir rezar terços, fazer novenas e romarias ao monumento. Essas noites eram iluminadas com lanternas multicores e velas dos devotos pagadores de promessas.
2. Igreja N. Senhor do Bonfim (1774): Edificada em 1772, por Pedro Ferreira de Almeida, inaugurada em 1774, por Manuel da Fonseca vigário de Russas. É de grande importância para a cidade, pois é lá que se comemora a cada 1º de janeiro a festa do Senhor do Bonfim, um dos maiores eventos religiosos do município. Sua arquitetura barroca leva uma pintura de azul e branco dando um contraste perfeito. Atrás da Igreja encontra-se o cemitério da Irmandade do Bonfim, o local que durante muito tempo foi reservado às pessoas de grande poder aquisitivo e que pagavam altos preços para serem enterrados dentro das igrejas. Os túmulos foram construídos em mármore da qualidade carrara.
3. Casa de Beni de Carvalho: Ou de Benedito Augusto de Carvalho dos Santos nasceu em Aracati a 03 de janeiro de 1.886. Esse aracatiense bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito de Recife, sendo depois professor catedrático mediante concurso público da Faculdade de Direito do Ceará. Em 1.920 foi nomeado professor do Colégio Militar do Ceará, transferido depois para o Rio de Janeiro. No magistério militar atingiu o generalato. Foi vice-presidente do Estado do Ceará, deputado federal e interventor federal em 1.945-1.946. Foi ainda membro do Conselho Nacional de Educação e pertenceu a Academia Cearense de Letras. Publico: “Causas dirimentes e flagrante delito – 1.917; Morfologia e Sintaxe do Substantivo Português – 1.920 (Tese de concurso); Le droit et la sociologie – 1.920; Na casa de Tiradentes – 1.931”; e outros. Entre suas poesias, “Protofonia do Jaguaribe” destaca-se pelo colorido e presente do espírito desse aracatiense.
4. Casa de Jacques Klein: Nasceu este ilustre músico, em 10 de julho de 1.930 em Aracati e faleceu no Rio de Janeiro, vitimado de câncer em 28 de outubro de 1.982. Dotado de um fantástico ouvido musical, até cerca de 18 anos de idade dedicou-se ao jazz, tendo feito algumas gravações em discos de 78 rpm. Chegou a tocar jazz em Nova York para o legendário Art Tatum, que ficou impressionado com o jovem brasileiro, tendo o fato sido registrado na imprensa daquela cidade. Críticos de Viena o compararam a Hirowitz e a Rubinstein.
5. Casa de Adolfo Caminha: Nascido em Aracati no dia 29 de maio de 1.867. Viveu um grande amor que o levou a perder sua carreira militar e seguiu sua vida para a literatura. Escreveu o romance “a normalista” em 1.893, no Rio de Janeiro, que o fez conhecido nacionalmente e considerado até hoje o maior romancista naturalista do Brasil. Morreu tuberculoso em 1.897, deixando obras como “O Bom Crioulo”, em 1.895 e “A Tentação”, em 1.896. Foi enterrado no jardim da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.
6. Sobrado do Barão de Aracati: Construído no século XIX e pertencia a José Pereira da Graça personagem de lutas políticas e deputado provincial por varias vezes. Ocupado pelo Instituto do Museu Jaguaribano fundado em 15 de novembro de 1968. Possui grande acervo histórico, religioso e literário. Conta com peças de arte popular, imaginária das igrejas locais e exposição de fotografias. Esta mansão de três pavimentos é uma das principais peças urbanas do patrimônio histórico e cultural da região Jaguaribana.
7. Casa sede da Confederação do Equador: Casa que serviu de sede do governo da Confederação do Equador no Ceará em outubro de 1.824. A vila do Aracati foi atacada e tomada pelas tropas revolucionárias, chefiadas por Tristão Gonçalves de Alencar Araripe e outros companheiros como: Miguel Pereira, Luis Inácio de Azevedo Balão e outros. Os invasores abandonaram a vila em 23 do mesmo mês, levando o produto do saque: animais, dinheiro e mantimentos. A Confederação do Equador foi um movimento político contra a monarquia.
8. Casa da Câmara e Cadeia (1779): Segue os moldes tradicionais das casas de câmara e cadeia no Brasil. A 13 de abril de 1.740 “foi resolvido mandar-se fazer ou comprar um prédio que servisse de câmara, audiência, cadeia...”. Esta resolução só teve efeito em 1.779 quando foi iniciada a construção da câmara. Originalmente funcionava a cadeia pública na parte térrea e a câmara no pavimento superior. Em 1812 o Governador da província Luiz Barba Alardo, em suas “Memórias da Capitania do Ceará Grande” revela que a Casa de Cadeia e Câmara é a melhor da Capitania e mais asseiada e mobiliada.
Em 1.960 o prédio foi restaurado pelo IPHAN. Até o ano de 1988 podia-se ver os presos em suas celas que davam de frente para rua Cel. Alexanzito, esta era a forma de fazer com que estes se envergonhassem do delito que haviam cometido e a população os conhecesse. Somente após este ano é que foi construído um novo presídio para cidade e a cadeia deixou de ter sua funcionalidade carcerária. Atualmente ainda funciona a Câmara dos Vereadores de Aracati na parte superior e na parte inferior está instalada a biblioteca do patrimônio e o SINE/IDT.
9. Casa do Monsenhor Bruno: Monsenhor Bruno Rodrigues da Silva Figueiredo nasceu em Aracati no dia 06 de outubro de 1.852. Ainda aluno ensinou no seminário de Fortaleza onde se ordenou no dia 30 de novembro de 1.875. Dirigiu o “ateneu” cearense, “liceu” e o “instituto de humanidades”. Foi homenageado tendo seu nome em uma das ruas de Fortaleza. Publicou Oração Fúnebre por ocasião das exéquias do Papa Leão XIII. Foi vigário de Maranguape e pároco de Aracati até o fim de seus dias, falecendo em 29 de setembro de 1.930.
10. Oratório Bom Jesus dos Navegantes: É uma capela dedicada ao Senhor Bom Jesus dos Navegantes é hoje, conhecida por nicho. Este templo foi o primeiro de Aracati, a ser construído. Danificado por um incêndio, foi reconstruído em 1907. Em documento registrado pelo escrivão José Gomes de Melo, pode-se verificar que: “aos seis dias do mês de novembro de 1801 nesta vila... pelo qual requeria ao dito almotacé lhe demarcasse duas braças de terra para nela eregir um oratório, para nele colocar a imagem do Senhor Bom Jesus dos Navegantes...”. Mais uma vez foi restaurado em 1979, pelo Lions Clube de Aracati. Está localizado na Trav. Dragão do Mar com a rua Cel. Alexandrino.
11. Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário: É uma construção dos primeiros anos do século XVIII, concluída na segunda metade do século XIX. Segundo o livro da Irmandade do Santíssimo Sacramento, uma capela deu origem à igreja. Era coberta de palha, tinha a fachada de tijolos e as paredes laterais de taipa. Em sua estrutura física encontra-se uma porta central ladeada por duas outras entalhadas a ponta de faca e com almofadas em relevo. Na fachada pode-se observar os sinos, o relógio carrilhão e o registro da data de sua edificação escrita em romanos o ano de 1785. Seu interior é rico em obras de talha e imagens dignas de apreciação.
Á sua frente se localiza o grande cruzeiro, com os símbolos dos sofrimentos da paixão: (dados, mão, galo e a caneca de fel), tendo cada um seu significado e com escritos destacados em uma placa indicando que foram ‘’colocados por Rufina (sem sobrenome), senhora de José Ferreira da Silva, em 1.859’’. Em 1.981, houve a reedificação do cruzeiro, pelo mesmo modelo de 1.871, sendo o seu pedestal reconcebido pelo modelo de 1.821, permanecendo nele a forma típica ovalada, do barroco. Proprietário: Diocese de Limoeiro do Norte; uso atual: culto religioso; bem tombado em âmbito federal: processo nº 550-T-56, Livro do Tombo Histórico, inscrição nº 321.
Ao lado da Igreja Matriz encontra-se o túmulo do Médico Cristóvão Mallet um médico inglês que prestou grandes serviços à comunidade de Aracati.
Sua atuação se deu no período de uma grande epidemia de febre amarela, que atingia a população da cidade, quando, com seus conhecimentos médicos salvou centenas de vidas. Faleceu em 1.856 da mesma doença. Seu túmulo teve de ser construído fora da igreja, por não ser católico e sim, protestante.
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